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EXPECTATIVA X REALIDADE

Expectativa: Engenhão reabre na estreia do Botafogo no Campeonato Carioca 2015. Realidade: ?????

Após um longo período de inatividade, eis que este projeto de blogueiro que vos escreve volta à ativa. Pra você, desavisado, o primeiro post de 2015 não será uma galeria de fotos de alguma jornalista global na praia, mas sim uma pequena análise do que anda acontecendo nos campos daqui, abordando o atual panorama do futebol brasileiro e as perspectivas para o ano que se inicia. Nesse período de pré temporada, recheado de amistosos caça niqueis e falácias de dirigentes, é mais fácil comentar sobre a forma da Fernanda Gentil do que discutir sobre a situação do esporte bretão em território nacional. Tá bom, confesso que é até mais interessante, de fato. No entanto, o Resenha e Firula tem o dever de fazer o seu leitor raciocinar um tiquinho que seja. E lá vamos nós.


Com receitas minguadas devido ao caos financeiro instaurado, os clubes nacionais se movimentam no mercado de maneira cautelosa, à exceção do Palmeiras. Com o intuito de reter custos, a moda (ou desculpa) da vez é dizer que tal jogador é uma "aposta", talvez pra tirar o foco da incompetência do próprio dirigente em caso de fracasso. Contudo, as categorias de base, como sempre, são deixadas de lado. São poucas as agremiações que valorizam a garotada e apostam, verdadeiramente, nela. Mais vale contratar um refugo que tenha feito uma boa temporada em 2009 do que lançar uma promessa aos poucos na equipe. Infelizmente, quem monta time no país é o empresário. A Copa SP de Empresá... ops, Juniores, é um belo retrato. Um torneio pessimamente estruturado e de retorno técnico ínfimo, que serve apenas para os olheiros avaliarem quem pode ser o próximo a ser sugado pelo indecente sistema.




Diego Tardelli, atual camisa 9 da seleção comandada por Dunga, vai jogar no Shandong Luneng.

O 15º ano do novo milênio, mesmo no começo, trouxe à tona um novo eldorado do futebol: a China. Os endinheirados de olhos puxados escolheram as terras tupiniquins para realizarem suas compras no mercado da bola e levaram alguns dos melhores jogadores em atividade no Brasil. De uma vez só, Diego Tardelli, Ricardo Goulart e Conca alçaram voo para a ásia e fizeram muitos torcedores destilarem suas indignações: "Ah, esse é o decadente futebol brasileiro! O jogador prefere ir pra China do que ficar aqui!". Calma lá, rapaz... não é pra tanto. A questão, claramente, é financeira. O "argentino mais amado do Brasil", segundo a torcida do Fluminense, vai receber o 9º maior salário do mundo (!!!), pouco atrás de Neymar, do Barcelona, estrela mundial e da seleção brasileira, e à frente de jogadores como Xavi e Iniesta, dois ídolos do clube catalão. Dá para competir? Já Tardelli e Goulart, ambos integrantes do plantel da seleção canarinho, não pensaram duas vezes antes de irem encher os bolsos por lá, mesmo com a possibilidade de ficarem "escondidos" aos olhos do futebol mundial.

Voltando ao que falamos no começo, há de se concordar que nem sempre a expectativa está de acordo com a realidade. O torcedor brasileiro, demasiadamente apaixonado por futebol, sempre espera que tudo vá se ajeitar e que a tradição dos nossos clubes vai superar todo e qualquer obstáculo. Sabemos que não é assim que funciona. Botafogo e Santos são os maiores exemplos no momento. As péssimas administrações culminaram na situação complicada que ambos vivem, mais desconfortável para o alvinegro carioca, obrigado a jogar a Série B nesta temporada. Sem contar casos como o do Fluminense, perdido após o fim da parceria com a Unimed, e até do Cruzeiro, atual bi-campeão brasileiro, que atrasou salários no mês vigente. Não dá mais para sobreviver de um passado glorioso, pois o amadorismo e a incompetência não respeitam história, títulos e, muito menos, torcida. Aliás, o torcedor é, sem dúvida, parte integrante desse processo de mudança. A mentalidade que ainda impera apenas colabora com os "malfeitores" do nosso futebol. Que tal ampliar o raciocínio um pouquinho mais e, assim, fugir do óbvio, do superficial? Menos expectativa, mais realidade. Esse é o grande desejo para 2015.

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