Neymar, no momento da contusão. (Foto: Reuters) |
Neymar se machucou. Neymar está fora da Copa. Bruna Marquezine chora a contusão do namorado. Neymar faz vídeo dizendo que "O sonho não acabou.". O programa "Esquenta!" é dedicado ao camisa 10 da seleção brasileira. Força Neymar, ou #ForçaNeymar. Como o Brasil vai superar a ausência do craque? Como a cronologia citada acima mostra, a mídia transformou a lesão de Neymar em uma autêntica novela mexicana, num dramalhão da pior qualidade. Se, por um acaso, você ficou em coma, durante 1 semana, e saiu após o jogo do Brasil contra a Colômbia, ao ligar a TV (pior: na Rede Globo), com certeza se perguntou:
- Ué, o que aconteceu??? O Neymar morreu???
Pois bem, meus amigos. A desmedida comoção pelo caso impressiona. A parcialidade exercida pelos meios de comunicação não colabora em nada, muito pelo contrário. Temos visto um sensacionalismo exacerbado, que traz sérias consequências. Que o diga Zúñiga, jogador colombiano que causou a lesão do brasileiro. Recém promovido ao posto de assassino, vem sofrendo um verdadeiro linchamento. Não estou aqui para discutir a maldade, ou não, do lance. Mas, sim, a responsabilidade que a mídia tem, ou deveria ter, num caso como esse. É um jogo de futebol, esporte. Não será a última contusão que o garoto Neymar terá em sua carreira futebolística, assim como não foi a primeira. Nas redes sociais, a filha de Zúñiga sofreu ofensas das mais pesadas. Ela tem, pasmem, 4 anos! Ofensas racistas também foram proferidas ao lateral colombiano. Quem forma opinião deve ter um mínimo de responsabilidade ao eleger um "vilão". A mídia brasileira, com raras exceções, motiva as atitudes dessas pessoas, incentivadas, também, pela própria ignorância e passionalidade exagerada.
Engana-se quem acha que termina por aí. O Brasil se pergunta: o que vai ser da seleção brasileira sem o seu camisa 10? Então, vamos a alguns fatos "curiosos". A França perdeu seu maior craque, Frank Ribery, antes do início da Copa do Mundo. A Alemanha teve que lidar com a ausência de Marco Reus, prodígio craque e titular absoluto. O argentino Dí Maria, jogador decisivo em sua seleção, se machucou e está fora da semifinal contra a Holanda. Será que só a seleção brasileira tem que conviver com a dificuldade de perder um grande jogador? Na minha humilde opinião, uma seleção pentacampeã do mundo não pode depender de um só jogador. Aliás, nem depende. As partidas contra o Chile e Colômbia comprovam a minha afirmação. Nesses dois jogos, Neymar esteve apagado a maior parte do tempo e nem por isso nos despedimos mais cedo do mundial. Temos jogadores qualificados no elenco, que podem substituí-lo de forma positiva. O Willian, para citar um jogador específico, não é titular do Chelsea à toa. Digo mais: fez uma temporada, em seu clube, melhor que a de Neymar no Barcelona.
Todo esse drama feito em cima da lesão do craque brasileiro parece ter um só motivo: preparar o terreno para uma possível eliminação diante dos alemães. Usar a fatídica contusão de Neymar como muleta é o caminho mais fácil. Infelizmente, é o que tem sido feito. Remontar a equipe é trabalho para Luís Felipe Scolari, que tem mão de obra qualificada pra isso. Não é da mídia, nem nosso. São convocados 23 jogadores, justamente, para suprir ausências motivadas por suspensões e lesões, além de questões técnicas. Duas seleções tradicionais irão disputar um jogo, ao que tudo indica, histórico nesta terça feira. Não espere que a Alemanha, caso perca, culpe o corte de Reus pela eliminação. Do Brasil, espero tudo. Como o brilhante, e sensato, Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, recordou, até hoje justificam a derrota do Brasil contra a França, na final da Copa de 98, pela misteriosa convulsão de Ronaldo, camisa 9 canarinho na época. Menos desculpas e parcialidade. Mais inteligência e sensatez, por favor.
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