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LENDA

Ronaldinho sorrindo: marca registrada do craque. (Foto: Douglas Magno/ AFP)

Ronaldinho Gaúcho, ou Ronaldinho Mineiro, como quiser. O "casamento" com o Atlético-MG foi duradouro, numa relação que permaneceu inabalável por mais de 2 anos. Inesperada e cercada de interrogações, a passagem do craque foi vitoriosa, acima de tudo. Virou lenda. Nunca mais o Clube Atlético Mineiro será o mesmo. Ronaldinho "reinventou" o Galo e, ao mesmo tempo, renasceu. Se não foi genial como nos tempos de Barcelona, foi o suficiente para ser ídolo. Os fãs do belo futebol lamentam por, provavelmente, não vê-lo mais nos campos brasileiros. Na verdade, já não o viam ultimamente. O fim da carreira está cada vez mais próximo. Antes disso, Assis, seu irmão e empresário, dará início a mais uma novela sobre o seu futuro.

Junho de 2012. Ronaldinho sai do Flamengo de maneira conturbada. Desacreditado, é visto como um problema para os clubes. Não para o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, e o técnico Cuca. Rapidamente a negociação é concluída e o ícone mundial começa a treinar na Cidade do Galo. Helicópteros sobrevoam o local em busca de imagens do craque. Algo inimaginável, até então, num treino rotineiro do time mineiro. A partir deste dia, Ronaldinho mudaria o ambiente do clube, assim como a sua história. Cada jogo no Estádio independência, o popular Horto, viraria um verdadeiro acontecimento.

Ronaldinho se motivou. Estava ávido para dar uma resposta aos críticos. Como uma Fênix, ressurgiu das cinzas. Foi protagonista no vice-campeonato brasileiro da equipe alvinegra em 2012, tendo grandes atuações, junto com Jô, Bernard, Réver e cia. Campeão Mineiro em cima do Cruzeiro, o Gaúcho era idolatrado cada vez mais. Caiu no Horto? Tá morto! Virou febre, pois até quem não torcia pelo Atlético passou a vibrar com os jogos do clube (Inclusive eu, confesso). Não satisfeito, conquistou o maior título da história do Galo: a Taça Libertadores. Atuações exuberantes e decisivas contra São Paulo e Arsenal-ARG encantaram o torcedor atleticano e a todos os amantes do futebol mágico e lúdico do R10.

Após os títulos, o declínio. Ronaldinho passou a jogar mais com o nome do que propriamente com a bola. O prazo de validade parece ter vencido. Nas cobranças de falta, impecável. Mas já não tinha a mobilidade de outrora, principalmente após uma lesão na coxa que quase o tirou do fatídico Mundial de Clubes. O fiel torcedor não queria enxergar, mas, no fundo, já sabia que o ciclo do craque estava se encerrando. Ronaldinho passou a ser mais visto nos palcos do que nos campos. Suas investidas no meio musical ficaram famosas, por mais controversas que tenham sido. Antes de dar adeus, ainda ajudou o Galo a ganhar a Recopa Sul-americana, contra o Lanús. Foi substituído no segundo tempo do jogo. Contrariado, se despedia pela última vez da torcida que o acolheu como nenhuma outra antes.

Fim de ciclo. Na minha opinião, não só no Galo. Ronaldinho acabou. Ele já se estabeleceu como uma lenda do futebol, não precisa de mais nada. Aliás, o próprio tem consciência deste fato. Para quem acompanhou sua carreira, é difícil fazer essa constatação. Posso afirmar que vou contar aos meus netos o que esse cara fez em dois anos extraordinários no Barcelona. Ronaldinho foi a personificação de um "showman" nos gramados. Um verdadeiro artista com a bola nos pés, de sorriso fácil, encantador. Puro carisma, buscou traduzir a essência do futebol em seus movimentos. Foi genial. Não é mais, e tampouco será novamente. Não há Assis que mude isso. Seremos obrigados a ver um cambaleante Ronaldinho em terras asiáticas ou americanas ganhando um dinheiro que ele nem necessita mais. Ainda assim, continuará aclamado e reverenciado por onde passar. Ídolo, lenda, ícone... difícil adjetivá-lo. Mais fácil agradecê-lo. Muito obrigado, Ronaldinho. O seu legado é imenso. Como diz um de seus lançamentos musicais, vai na fé!




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